terça-feira, 29 de março de 2011

Adm de recursos humanos X Adm de pessoal X Relações industriais

Embora para uns poucos possa parecer que Administração de Recursos Humanos, Administração de Pessoal e Relações Industriais sejam a mesma coisa, a realidade é que elas guardam entre si uma certa distância. Os dois primeiros termos só se confundem na nomenclatura de disciplinas nos cursos médios e superiores de Administração e ciências afins, que sob o título Administração de Pessoal, incluem conteúdo de Administração de Recursos Humanos ou vice-versa. Outra hipótese de superposição dos termos e funções, é em empresas públicas e até mesmo em empresas privadas que teimam em manter em suas estruturas órgãos denominados de Administração de Recursos Humanos que englobam atividades de Administração de Pessoal, ou órgãos de Administração de Pessoal abrangendo atividades de Recursos Humanos, o que é mais sério, pois pode até indicar que não há Administração de Recursos Humanos nessas organizações.
Mas, o que quer dizer toda a confusão semântica entre estes vocábulos? Inicialmente, que existem significados especiais para cada uma deles, diferentes entre si, mas que na realidade só demonstram a complexidade deste ramo da Ciência da Administração. Por outro lado, mesmo com significados especiais, há a certeza de que todos contribuem para demonstrar a dificuldade referente ao trato com os recursos humanos das organizações, o terceiro fator de produção.
A Administração de Pessoal trata da parte dita cartorial, que são principalmente os registros dos membros da organização. Em suma, encarrega-se das rotinas trabalhistas e de pessoal, tendo sob sua responsabilidade a administração dos eventos burocráticos decorrentes do contrato de trabalho. Sem dúvida, não se pode admitir que não sejam importantes essas funções, já que é imprescindível o controle da vida funcional dos empregados, com vistas à avaliação de desempenho, treinamento, remuneração, controles de freqüência, entre outras tarefas específicas.
Relações Industriais é outra área relacionada a Pessoal, que cuida das relações trabalhistas externas da empresa com os sindicatos, com o Governo e com outros órgãos públicos. Em muitas empresas há um setor específico com esta denominação, além do de Pessoal ou de Recursos Humanos, para os relacionamentos explicitados.
A Administração de Recursos Humanos, por seu lado, cuida da parte referente ao desenvolvimento das pessoas que pertencem à organização. Isto quer dizer que ela não cuida somente da remuneração, da avaliação ou do treinamento das pessoas, mas do seu desenvolvimento como um todo. Encarrega-se, especificamente de promover a integração do trabalhador à organização, por meio da coordenação de interesses entre a empresa e a mão de obra disponível.
Por isto, preocupações com a qualidade de vida no trabalho, melhoria do clima, formação de uma cultura organizacional salutar, relacionamento interpessoal, são exemplos de atividades da Administração de Recursos Humanos nas organizações. De igual forma, assuntos como planejamento de recursos humanos, tratamento dos conflitos organizacionais, análise sócio-técnica, sociologia das organizações, psicologia social das organizações e qualidade total entre outros, também são estudados quando se deseja analisar profundamente a
administração de Recursos Humanos. É isto que permite a consecução do objetivo de se promover a integração do homem à organização
Observe-se que, entre estas duas últimas denominações, a diferença não é tão grande. Chegam a ser complementares e têm como objetivo proporcionar à organização uma mão-de-obra motivada, integrada e produtiva. O importante é que a Administração de Recursos Humanos, quer como significado ou como denominação departamental, tem predominância gradativa, sendo cada vez mais utilizada pelas organizações.
No entanto, há mais um detalhe. Ao se analisar mais detidamente a própria expressão Recursos Humanos, pode-se perceber que há um aspecto que merece atenção. Por exemplo, muitos autores modernos, mais voltados ao humanismo e ao respeito pelos seres humanos, abominam a idéia de se considerar as pessoas como recursos, incluindo-os juntamente aos recursos físicos, aos recursos materiais e aos recursos financeiros. A superioridade do ser humano sobre estes recursos, não permite que ele próprio seja considerado um mero recurso, mesmo que seja humano.
Por isto, já há propostas para novas denominações desta área das ciências humanas. Alguns sugerem que se chame Gestão de Pessoas, já que a expressão gestão é muito mais nobre do que simplesmente administração, alegando que esta última dá uma idéia de trato com coisas materiais e seria muito mais adaptado para, por exemplo, estoques, materiais, finanças e outros tipos de bens físicos. Outros, observando a situação de uma forma mais abstrata e filosófica, admitem que o que se deve ter na empresa, é um órgão de Desenvolvimento Humano. Por esta sugestão, as pessoas, antes de sua entrada na empresa até após sua aposentadoria, devem receber um tratamento adequado, que satisfaça suas necessidades e estimulem o seu desenvolvimento como ser humano em todas as áreas de sua vida.
Talvez a questão semântica não tenha sido resolvida neste texto. No entanto, o emaranhado de termos e significados a respeito da relação com os participantes da organização (ou colaboradores, como sugerem consultores da área de Qualidade) deverá servir para que se reflita mais na importância do elemento humano na construção de organizações saudáveis e eficazes para a sociedade.
Fonte: Revista tendência do trabalho

Brisa Araújo

A administração do RH nas pequenas empresas

A administração de recursos humanos abrange o conjunto de técnicas e instrumentos que permitem às organizações atrair, manter e desenvolver os talentos humanos. Em face do contexto ora vivenciado pelas organizações, caracterizado por mudanças constantes de natureza econômica, social e tecnológica, torna-se fundamental, em qualquer empresa, uma administração voltada para a gestão de recursos humanos, visto que a continuidade de sua existência será determinada pela qualidade agregada aos seus produtos ou serviços, tendo como base "pessoas" motivadas e com alto nível de qualidade pessoal e profissional. Fica claro portanto nesse cenário que o diferencial hoje é o talento humano. Elevados índices de rotatividade, de absenteísmo e de acidentes de trabalho, problemas com qualidade dos produtos, retrabalho, desperdício de materiais, baixos salários, condições de trabalho inadequadas e relações de trabalho insatisfatórias são fatores que estão diretamente relacionados à administração de recursos humanos, que, na maioria das empresas, é limitada ao cumprimento, apenas, dos aspectos legais da relação governo x empresa x empregado. Para superar essas dificuldades as empresas modernas estão investindo em treinamentos que levem as pessoas ao autoconhecimento e autodesenvolvimento, buscando uma maior capacidade de trabalho em equipes multidiciplinares, bem como estão adaptando os móveis e as condições dos postos de trabalho visando o conforto e bem-estar de seus colaboradores.

A IMPORTÂNCIA DO RH

A importância do RH

Uma análise da área de Gestão de Recursos Humanos nas empresas brasileiras revela uma heterogeneidade de conceitos e práticas. Essa heterogeneidade ocorre porque a área apresenta distintos estágios de desenvolvimento. Este artigo analisa esses estágios e, baseando-se em uma pesquisa com presidentes, classifica a situação de suas empresas e discute os desafi os para a transformação efetivamente estratégica da área.
por Betania Tanure, FDC / Insead e Paul Evans, Insead

http://www16.fgv.br/rae/executivo/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=4640&Secao=FATORHUMAN&Volume=5&Numero=5&Ano=2006

TALENTOS HUMANOS EM VEZ DE RECURSOS HUMANOS

No Brasil, a maioria absoluta das empresas sequer tem um departamento especializado em cuidar das pessoas.

Existe um discurso corrente nas organizações de que gente é o principal ativo de uma empresa. Mas, na verdade, no Brasil, a maioria absoluta sequer tem um departamento especializado em cuidar das pessoas. Nas pequenas empresas, 100% desse assunto fica a cargo do contador, aquele que cuida dos dados contábeis. Nas médias, em mais de 70% dos casos, costuma ficar a cargo do diretor administrativo-financeiro, aquele que cuida dos números e do dinheiro e, somente em grandes empresas vamos encontrar com maior frequência uma área estruturada de RH vinculada diretamente ao CEO. Dessas, poucas têm prestígio e poder à altura do significado do patrimônio humano que cuidam. Poucas conseguem participar da estratégia dos negócios ou sequer são ouvidas previamente em ações relevantes como, por exemplo, em planejamento, em avaliações ou trocas de lideranças e em fusão ou aquisição de novos negócios.
Com raras exceções, mesmo naquelas que já entenderam a necessidade de valorizar e modernizar a área de gestão de gente, o nome da área ainda se chama "recursos humanos". É assim chamada porque é desta forma que as pessoas ainda são vistas pelas organizações de um modo geral: como recursos, como tal são as máquinas, e não como seres pensantes, inteligentes que realmente fazem a diferença. Daí não é difícil concluir porque a chamada área de RH ainda é tão desprestigiada.
Como dizer que as pessoas são o ativo mais importante de uma empresa, se até a área que deveria ser a impulsionadora é ignorada? Se as pessoas são rotuladas de recursos? Isso quando não são tratadas simplesmente como "mão de obra" - classificação adequada para aqueles que têm o cérebro como um simples adorno sob um invólucro situado acima do pescoço. Considerar pessoas como "recursos" é equipará-las a todos os demais ativos de uma empresa, é colocá-las na mesma dimensão de equipamentos, materiais, processos etc. Enfim, como costuma dizer o psiquiatra organizacional Paulo Gaudêncio, é "coisificá-las".
Há várias expressões que podem demonstrar o verdadeiro valor que pessoas representam para uma empresa, entre elas, "capital humano", "valores humanos" ou, simplesmente, "gente". Não se trata de mais um modismo, ultrapassa a questão semântica, trata-se de dar significado, de elevar o pensamento sobre gente e seu valor. O que achamos mais justo é adjetivar cada pessoa como um "talento" e para distinguí-la de outras espécies animais que também têm algum tipo de inteligência, basta qualificá-la como "humano". Talento não é só sinônimo de genialidade, é também dos diversos tipos de inteligência, da capacidade de pensar, raciocinar, fazer conexões, imaginar, criar etc. Estas são competências que só a espécie humana tem em maior ou menor grau de desenvolvimento.
Assim, em vez de recursos humanos, o mais certo é chamar de "talentos humanos", tanto o conjunto de pessoas, quanto a própria área que gerencia a política humana e as relações do trabalho numa organização.
Claro que só mudar o nome não resolve, porque é preciso a prática efetiva, mas já é o começo de uma mudança de mentalidade porque levará as pessoas a procurarem entender o conceito que está por trás. Entender o conceito é o primeiro passo na construção de um significado que depois se transformará em atitudes. Como bem disse o psicólogo Bielo-Russo Lev S. Vygotsky, em "A formação social da mente", o significado medeia o pensamento humano em sua caminhada desde a infância. Como o pensamento norteia a prática, ao serem chamadas de talentos os profissionais de uma organização já começarão a se interessar pelo significado e cobrar um respeito maior por seus valores e mais coerência por parte dos seus gestores entre aquilo que discursam e o que praticam.
Cícero Domingos Penha - é vice presidente corporativo de talentos humanos do Grupo Algar
link: http://www.administradores.com.br/informe-se/administracao-e-negocios/talentos-humanos-em-vez-de-recursos-humanos/43631/

domingo, 27 de março de 2011

INOVAÇÃO DA GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESUMO

A Administração Pública- AP no Brasil sofre mudanças necessárias a adequá-la a novas necessidades da população/clientela e a novas atribuições. Algumas organizações têm se antecipado aos problemas e até servem de referência à iniciativa privada. Outras acontecem a tempo de adaptar a máquina pública às novidades tecnológicas, legais, culturais, e de demanda. Entretanto, algumas outras acontecem a reboque dos demais setores da sociedade e/ou até tardiamente. O que é comum a todas estas é o processo contínuo e o ritmo ora se mostrando mais célere, ora satisfatório e outrora mais lento do que o ideal. Neste contexto, insere-se a necessidade de iniciativas inovadoras de gestão- IIGs. Algumas destas são adaptações de práticas até então existentes na iniciativa privada e que ainda não havia correspondente na AP. Outras, já haviam sido implantadas, em alguns órgãos, mas os resultados ainda não haviam sido compartilhados. Entretanto, algumas outras parecem ter sido originadas e/ou desenvolvidas no seio da AP após décadas de tentativas fracassadas, pesquisas acadêmicas e científicas e iniciativas de sucesso. Buscou-se IIGs não-cobertas por sigilo profissional/legal, reconhecidamente inovadoras por órgãos competentes e, de preferência, já premiadas por este motivo.